O desenvolvimento cognitivo no cérebro
De acordo com especialistas em mediação da aprendizagem, pais e educadores precisam estar conscientes do papel fundamental que desempenham em auxiliar o desenvolvimento cognitivo de uma criança.
A teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, defendida por Reuven Feuerstein, professor e psicólogo reconhecido mundialmente, caracteriza-se pela qualidade da interação entre seres humanos como pais, professores ou pessoas que interpõem-se entre um indivíduo e um estímulo do ambiente, a fim de assegurar que o estímulo seja compreendido e integrado na estrutura mental do indivíduo.
O psicólogo, escritor e mestre em educação Marcos Meier, aposta numa postura que provoque a autonomia do aluno.
“Aquele professor que enche o quadro e pede ao aluno para copiar não funciona mais. Nós precisamos de um professor que instigue e provoque o estudante. Feuerstein diz: ‘parem de dar água para matar a sede do aluno, encha a boca dele de sal’. Ou seja, faça com que ele tenha ainda mais sede. Esse é o grande objetivo da mediação, fazer com que o aluno seja autônomo na própria aprendizagem”, diz Meier.
Isso mostra que quanto mais um indivíduo tenha interagido com o ambiente com a ajuda da aprendizagem mediada, maior a sua capacidade de beneficiar-se da exposição direta a estímulos e experiências de vida.
Para Meier, essa interação contribui para o desenvolvimento do cérebro do aluno.
“Ao desenvolver os sentidos e associar às suas experiências, o aluno aumenta sua capacidade de perceber o segundo sentido das frases, sobre qual é o conteúdo que está sendo trabalhado e consegue perceber o que realmente está sendo ensinado. Isso desenvolve a percepção, que, consequentemente, desenvolve a capacidade de aprender. E a aprendizagem faz novas conexões cerebrais. Então, há uma grande contribuição para o cérebro quando este aluno passa por esse desenvolvimento”, diz o psicólogo.
Contudo, para que o desenvolvimento cognitivo aconteça, é preciso que o professor assuma uma postura de mediador.
“Apenas um professor realmente interessado poderá desenvolvê-lo de forma cognitiva. Ele vai permitir que o aluno tenha suas experiências, vai interagir para que ele aumente sua percepção para que ele aprenda mais e, portanto, desenvolva o cérebro”, completa Meier.
Assim como a interação, a novidade, a variedade e o desafio crescente são pontos chave para que o cérebro esteja em constante aprendizado.
Confira a entrevista abaixo com o professor Marcos Meier e a Diretora Pedagógica Nacional do SUPERA, Solange Jacob, sobre a importância de propor desafios ao cérebro:
Por Bárbara Rocha, Comunicação SUPERA
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