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Por que nosso cérebro precisa de férias?

5 de dezembro de 2018 //

A correria do cotidiano, o trabalho, o estudo, a casa … O cérebro é submetido diariamente a múltiplas tarefas que requerem muitos esforços. Por esta razão, é importante parar para recarregar as energias. Você sabe por quê? A notícia é boa: a ciência explica e alivia quem sente culpa ao descansar…

“Pensar cansa”, diz a neurocientista Suzana Herculano Houzel. “O aspecto curioso do cansaço do cérebro é que ele é específico para aquelas partes que estavam trabalhando intensamente de fato. Então, se você passa muito tempo fazendo contas de cabeça, você esgota a sua capacidade de lidar com números, mas você é totalmente capaz de sair dali e ir tocar piano, ou ir ler um livro, ou fazer alguma atividade que exija a atuação de outros sistemas do seu cérebro”, declara.

Por isso, tirar férias e descansar os neurônios é tão importante. Os neurocientistas descobriram que a atividade cerebral se reorganiza completamente durante este período. Diversas pesquisas científicas revelaram que as áreas ativadas no cérebro quando estamos descansando são diferentes das áreas ativadas quando estamos trabalhando.

Estas pesquisas mostram que nosso cérebro tem duas redes principais de neurônios: uma positiva, também chamada de “rede de controle executivo” – que é ativada quando realizamos e focamos em uma tarefa – e outra chamada “rede de processamento padrão” ou “rede de tarefas negativas”, que é ativada quando deixamos a nossa mente descansar em um fim de semana ou durante as férias ou quando estamos sonhando enquanto dormimos.

Ambas são importantes para nossa vida e nos levaram a grandes descobertas. A rede de tarefas negativas é a que nos permite fazer conexões entre ideias soltas e é responsável pelos nossos momentos de genialidade. Graças a ela resolvemos os nossos problemas mais complicados com boas ideias porque estamos mais descansados e menos estressados.

Atividades estimulantes para o cérebro nas férias

Ainda assim, é possível manter o cérebro ativo durante o período de descanso com atividades prazerosas e relaxantes. Antes de começar, um cuidado: as atividades não devem ter cara de tarefa escolar ou  profissional. A ideia é não ter a cobrança típica destes ambientes para exercitar seu cérebro enquanto você se diverte.

Veja abaixo as dicas de Solange Jacob, Diretora Pedagógica Nacional do SUPERA.

Jogos – Essa dica vale tanto para as crianças quanto para os adultos! Os pequenos podem praticar esportes como queimada e frescobol, que desenvolvem a inteligência corporal. Já os adultos podem procurar por sudoku, que desenvolve o raciocínio, o tangram, que estimula a percepção viso-espacial e jogos de tabuleiro, que promovem a interação entre os participantes e estimulam a memória e a agilidade de raciocínio. Pode ser Resta Um, jogo da memória, Imagem e Ação, jogo da velha, Banco Imobiliário, Detetive…

Neuróbicas – Estas atividades fazem parte das aulas de ginástica para o cérebro do SUPERA e funcionam como “aeróbica para os neurônios”. Elas consistem em tirar o cérebro da zona de conforto, fazendo as tarefas comuns do cotidiano de um jeito diferente. Isso faz com que os neurônios tenham que encontrar outro caminho para realizar a mesma atividade. Alguns exemplos: escovar os dentes com a mão não dominante, trocar de roupa com os olhos fechados, mudar o lugar que você senta à mesa, fazer um trajeto diferente para o mercado ou para casa…

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Dança – A atividade traz inúmeros benefícios para o cérebro. De acordo com um estudo alemão publicado recentemente, dançar tem o efeito de frear ou até mesmo reverter o declínio das capacidades física e mental que vêm com a idade.

Alimentação – Durante o período de descanso do trabalho e estudos, temos mais tempo livre. Por que não aproveitá-lo também para se alimentar melhor? Tomar café da manhã, por exemplo, é essencial para o bom funcionamento do cérebro, pois sem a primeira refeição do dia, o desempenho intelectual é reduzido. Você pode incluir ovos, já que a gema é rica em colina, nutriente fundamental para o desenvolvimento cerebral, relacionada à memória e oleaginosas, ricas em vitamina E, ajudando a diminuir o declínio cognitivo com a idade.

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