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O cérebro que aprende

10 de julho de 2014 //

A educação, base para uma sociedade estruturada e bem sucedida, está sempre em discussão por especialistas, políticos e críticos no intuito de melhorar as condições de vida em diferentes países.

Rankings como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), gerido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e relatórios produzidos por empresas ligadas a grandes organizações como o jornal britânico Financial Times são tentativas de mensurar a capacidade cognitiva, índices de alfabetização, aprovação escolar, a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior nos países participantes. Esses dados são usados pelos governos para elevar a qualidade da educação e direcionar os gastos para melhorias no ensino básico.

Mesmo oscilando entre posições, o Brasil não consegue alcançar boas colocações. Além da razão natural da evolução do conhecimento, este deve ser mais um motivo para o país do futebol modificar a maneira de educar.

No mês de abril, o neurocientista americano Stephen Kosslyn falou sobre os novos rumos da educação em entrevista à Revista Veja.

Stephen é reitor de uma universidade 100% online e um grande estudioso da ciência cognitiva, que se utiliza de outras áreas da ciência, como psicologia, neurociência e computação, para saber como o cérebro processa informações.

Ele afirma que “A inteligência humana pode ser dramaticamente ampliada”, pois podemos exercitar nossos “músculos mentais”. “Para solucionar uma equação são ativadas diferentes combinações dos sistemas neurais presentes no cérebro humano. Esses sistemas podem ser treinados e sua capacidade, ampliada, da mesma forma que os tríceps de um atleta nas barras paralelas.” disse Kosslyn.

O neurocientista acrescenta que, se aliarmos este conceito à grande inovação do século 21, a internet, podemos estruturar um sistema educacional adequado para nosso tempo.

Para ensinar é preciso saber como se aprende, ou seja, é necessário conhecer o cérebro. De acordo com o neurocientista americano, toda atividade interativa tem efeito positivo sobre o desenvolvimento cognitivo. Por isso, ele defende e explica os benefícios advindos de aulas participativas que exijam do aluno a reflexão, construção de ideias e interação com o grupo.

Quando refletimos sobre algo, fazemos associações mentais entre o assunto refletido e o assunto já memorizado anteriormente. Se cobrado, o cérebro irá usar essas associações para chegar ao assunto memorizado.

De acordo com Kosslyn, o professor do século 21 precisa ter habilidade interpessoal e não apenas transmitir conhecimento dos livros. Precisa dar aulas ativas envolvendo os alunos. Pesquisas já nos mostram que nosso cérebro pode servir de extensão para o de outra pessoa e vice-versa. E a neurociência já comprovou a neuroplasticidade do cérebro, ou seja, a capacidade que ele tem de restabelecer conexões neuronais e se modificar, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo.

“Aulas tradicionais são expositivas, uma excelente maneira de ensinar porque atinge vários alunos de uma só vez, mas é uma péssima maneira de aprender, pois o aluno se distrai com facilidade, sem exercitar sua capacidade de abstração. O professor de hoje precisa motivar o aluno a analisar e aplicar o que aprende. Os estímulos mútuos em ambientes sociais são o combustível para a expansão da inteligência.”, afirma Kosslyn.

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Estímulos, jogos de desenvolvimento cognitivo e dispositivos eletrônicos que dividem a atenção do jogador entre objetos diferentes, que exijam memorização de sequências ou requerem absorção gradativa de mais informação também são indutores da inteligência.  À medida que a linha divisória entre o processamento de informações no cérebro e nos dispositivos eletrônicos vai ficando mais tênue, a capacidade mental aumenta. Kosslyn comprovou em laboratório o estimulo de sistemas neurais específicos por conta do uso destes dispositivos.

Kosslyn defende que, com a tecnologia, os conhecimentos serão totalmente gratuitos e assim as escolas perderão sua funcionalidade atual. Elas passarão a ensinar como absorver e dominar o conteúdo e a colocá-lo em prática, formando não apenas um profissional mas um cidadão que os políticos não conseguem passa para trás. Os indivíduos conhecerão a política e serão capazes de analisar e fiscalizar as promessas do candidato em que votou.

“O aluno formado conforme as diretrizes da ciência cognitiva saberá analisar problemas e situações com isenção e espirito crítico e passará a vida inteira aprendendo.”, conclui Kosslyn.

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