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Você sabe o que são as funções executivas do cérebro?

13 de setembro de 2018 //

Você pode não saber, mas o cérebro está a todo momento desempenhando funções executivas e cognitivas. Desde o momento em que acordamos até a hora de dormir, o nosso cérebro permanece atento e ligado no planejamento de ações e na elaboração de objetivos a serem alcançados durante todo o nosso cotidiano.

O horário que colocamos no nosso despertador, o momento em que nos sentamos para realizar uma tarefa, fazer uma atividade de lazer, e a hora em que escolhemos ir dormir… enfim, tudo são ações executivas compostas por funções cognitivas.

A partir do momento em que controlamos nossas ações, começamos a aprender a ativar a nossa mente. E o que seria controlar nossas ações, ou seja, ter o comando da nossa própria vida? Planejar nossas tarefas, objetivar nossas metas diárias, priorizar ações, mudar alguns hábitos, monitorar recursos disponíveis e avaliar nossas ações. Parece simples, mas requer um trabalho intenso do nosso cérebro realizar todas essas tarefas diariamente.

O centro das funções executivas do nosso cérebro é o lobo frontal, que compreende o córtex pré-frontal, o maior responsável pela nossos atos cognitivos, nosso comportamento e nossas atividades emocionais. Em comparação, ele é o nosso CEO, aquele que comanda com excelência nossas funções executivas, para que tenhamos uma saúde mental de qualidade e, consequentemente, uma vida funcional. E para termos uma sociedade com saúde mental, é preciso treinar as funções executivas desde a primeira infância.

Mas, afinal, o que são as funções executivas?

Solange Jacob, Diretora Pedagógica Nacional do SUPERA, define as funções executivas como “habilidades que nos ajudam a focar em múltiplos fluxos de informação ao mesmo tempo, monitorar erros, tomar decisões com base nas informações disponíveis, rever planos, se necessário, e resistir à tentação de deixar a frustração nos conduzir a ações precipitadas”. De modo geral, as funções executivas são preditoras do sucesso em todos os âmbitos: profissional, pessoal e social.

Desde que as funções cognitivas e executivas passaram a ser estudadas em diferentes contextos, compreende-se três dimensões diferentes que abrangem nossas funções executivas. Vamos a elas?

– Memória de Trabalho: envolve a capacidade de manter as informações obtidas na mente, permitindo o seu uso durante a execução de uma tarefa, para fazer uma ponte entre as ideias, estabelecer prioridades e manter o foco. A memória de trabalho é ativada, por exemplo, nos principais processos de alfabetização na infância, como no desenvolvimento da leitura, realização de contas e na vida adulta, com a nossas relações interpessoais.

– Flexibilidade Mental: envolve a capacidade de mudança de comportamento diante de obstáculos e a capacidade de mudança de perspectiva; permite o pensamento criativo. Ex.: Uma ligação que acontece todos os dias e que, em determinado momento, não acontece mais. Ter boa flexibilidade mental é imaginar as hipóteses plausíveis do motivo pelo qual a ligação não aconteceu e não se desesperar com pensamentos negativos.

– Controle Inibitório: traz à tona os processos de controle do comportamento, da atenção e dos nossos pensamentos/emoções. Essa função permite a inibição dos comportamentos ou de rotinas “automáticas” e a prática de rotinas mais controladas. Ex.: Em um ambiente de estudo, inibir a vontade de checar o celular, se distrair com colegas em volta ou fazer outras atividades que distraiam do foco principal; são ações que configuram um bom funcionamento das funções executivas.

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Atrelando todas essas dimensões, as funções executivas organizam nossas capacidades dentro do cérebro. Essas capacidades englobam: priorizar objetivos, poder de decisão sobre o início das propostas apresentadas, planejamento das etapas de execução, monitoramento dessas etapas, comparando-as com o modelo inicial proposto, mudança do modelo e avaliação do resultado.

“Todas as nossas ações e não ações são pensadas através das funções executivas e são resultado do nosso processamento cerebral”, salienta Solange.

Como saber se tenho um alto funcionamento executivo?

O aprendizado das funções executivas se dá através da modelagem; como o processo se inicia na infância, nossas funções são apreendidas através da imitação das ações executadas em seu ambiente. Experiências acolhedoras podem potencializar essas funções.

Segundo Solange Jacob, “é importante estar atento a essas habilidades de funções executivas nas crianças, pois elas moldarão o adulto que ele irá se tornar. Crianças e jovens com habilidades nas funções executivas têm um melhor desempenho escolar e conseguem estabelecer estratégias adequadas para estudar e executarem suas atividades”.

Um grupo de habilidades define se você é capaz de aplicar suas funções executivas de maneira adequada. Vamos a elas:

-Persistência na execução de planos de ação

– Habilidade em flexibilidade mental

– Elaboração de estratégias eficazes

– Foco e boa atenção sustentada

– Organização e planejamento

– Capacidade de resolução de problemas

– Seleção e controle de respostas

– Habilidade em regulação emocional

– Análise das consequências a longo prazo

Nossas funções executivas são as últimas a amadurecerem. O amadurecimento total acontece a partir dos 22 anos de idade; porém, são as primeiras a terem um declínio natural. Por isso, é importante a criação de uma rede de conexões neurais robusta para suportar essa baixa das funções cognitivas e executivas.

Para o amadurecimento dessas sinapses, os exercícios de ginástica para o cérebro são adequados para melhorar sua estrutura cognitiva e, consequentemente, treinarmos para termos um cérebro executivo e de alta performance. Um cérebro executivo é sinônimo de funcionalidade e longevidade; controle das ações é sinônimo de mente ativada e saúde mental em dia.

Por Tatiana Olivetto

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