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Humanização nas escolas: uma prática que todo educador deve trabalhar

26 de março de 2020 //

Não é de hoje que falamos por aqui que o ensino considerado “tradicional”, aquele aplicado há alguns anos (composto, em geral, por um professor que é o único protagonista do processo de aprendizagem, por cadeiras enfileiradas e por um quadro negro) já não se encaixa mais para o perfil das crianças e adolescentes de hoje em dia — que já nascem inseridos no mundo digital e têm as informações aos alcance das mãos. É preciso, no entanto, fazer outra reflexão além dessa: referente à humanização nas escolas.

Você educador, sabe o que significa  isso? E esse é o assunto desse conteúdo, acompanhe!

Humanização nas escolas

Desenvolver aspectos como a socialização e a afetividade, construir uma ponte produtiva nas relações sociais e estimular a sabedoria, bem como superar conflitos e despertar a valorização do “ser” são alguns dos objetivos da humanização nas escolas.

O diretor do colégio Anglo Itapetininga, Daniel Lobo, explicou que “a aprendizagem do aluno neste contexto humano passa a extrapolar o cognitivo, e desenvolve o socioemocional”.  “Em outras palavras, com um ambiente leve e frequentado por pessoas engajadas, a aprendizagem vai além do conhecimento curricular e teórico e atinge também o pessoal, emocional e sensitivo de cada um”, acrescentou o educador. Desta forma, completou Lobo, “os alunos passam a se desenvolver de maneira global”. 

Já para a professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Adriana Varani, Doutora em Educação, a escola se torna humana quando ela passa a ser capaz de escutar os seus alunos

“Humanizar-se é reconhecer o humano no outro, que é sujeito de sentimentos e vontades. Quando a criança senta em uma roda com outros alunos e seus professores e sabe que pode falar, que aquele espaço é possível para ela, tem a sua humanidade reconhecida”, pontuou Varani. “Humanizar-se é entender o outro como prioridade absoluta da relação. E se ele é prioridade, devo escutá-lo, olhar no seu rosto”, realçou a professora.

Nesse sentido vale atentar, contudo, para um ponto importante destacado por outra Doutora em Educação, Cristina Maria Campos, em relação ao que significa de fato ouvir os estudantes: “Escutar todo mundo escuta, mas falamos aqui de uma escuta que me modifica, que me torna criança também para eu poder entender o meu aluno. Muitos adultos acham que tudo o que a criança fala é besteira, e não conseguem ter essa escuta que impacta, que é transformadora”, alertou Maria. 

Entenda melhor a opinião dessas profissionais nessa matéria.

Como aplicar a humanização nas escolas

Ao Portal G1, que publicou essa matéria sobre a humanização nas escolas, a coordenadora do Ensino Fundamental do colégio Anglo Itapetininga, Maria Luiza Piloto, focalizou que a escola precisa reinventar-se todos os dias para, assim, conseguir “oferecer uma educação que contemple o indivíduo em todas as suas dimensões: intelectual, social, afetiva, cultural e física”. Ela acentuou a importância de o aluno ser visto como um “ser aprendente”, que possui suas particularidades, suas habilidades e seu tempo.

“O aluno se torna então um agente ativo do seu processo de aprendizagem, e não mais apenas um mero receptor de conhecimento”, frisou a coordenadora.

Para Maria Luiza, a formação continuada dos educadores está entre os mais relevantes pontos quando o assunto é reinventar a escola — e “implantar ações e projetos de transformação que pensem num sujeito capaz de aprender de diferentes maneiras, por meio das mais variadas estratégias de ensino, alinhando suas necessidades e despertando suas potencialidades”.

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Ainda de acordo com a educadora,é essencial “promover um ensino pautado nas mais diversas linguagens: escrita, oral, corporal, musical, artística, cultural, entre outras”. Maria Luiza também pontuou que a tecnologia é essencial como ferramenta de aprendizagem.  

A visão de Daniel Lobo, por sua vez (cedida à mesma reportagem), reforça que é fundamental que a escola ofereça aos seus estudantes mais do que apenas aulas compostas pelo currículo regular. É preciso “promover outros encontros, projetos, oficinas e atividades para que os alunos permaneçam engajados, desfrutando de conhecimento, porém, de maneiras variadas”. 

O diretor do colégio Anglo Itapetininga também avaliou que, quando todos da equipe educacional de uma instituição estão engajados em priorizar uma comunicação com qualidade para toda a comunidade escolar, “o ambiente automaticamente vai se tornar mais humano e mais saudável”. “Essa é a chave para que então a escola passe a colher frutos desse ambiente mais produtivo e consiga conduzir com sucesso projetos e iniciativas com o viés de humanização”, reiterou Lobo.

Por fim, Daniel destacou que, para que a atividade escolar se torne algo significativo para as crianças e adolescentes, “é preciso agir com criatividade e empatia— “Desta forma, a ação do educador tem impacto transformador no aluno”, disse ele.

Se você gostou dessa rápida discussão a respeito da humanização nas escolas, e quer ficar por dentro de mais temas como esse, não deixe de acompanhar a seção “Artigos e Notícias” no site do programa SUPERA NEUROEDUCAÇÃO para Escolas. Nela, você encontra diversas abordagens sobre educação, ensino e aprendizagem!   

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