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A natureza como ferramenta pedagógica: saiba como trabalhá-la em sua escola

5 de dezembro de 2019 //

Preservar o meio ambiente e os recursos naturais do planeta não é só uma questão de responsabilidade ambiental — trata-se, também, de sobrevivência e manutenção das gerações futuras, bem como da própria saúde a longo prazo.

Sabe-se da importância de não poluir os rios e a atmosfera, no geral; e também de proteger as áreas verdes, de plantar árvores, dentre outras práticas. Mas, como trabalhar essa consciência ambiental nas instituições de educação? Uma das opções é, justamente, usar a natureza como ferramenta pedagógica! Até para criar, desde cedo, essa aproximação entre as crianças e o meio ambiente.

Ademais, não para por aí: o contato com a natureza não é apenas um bom negócio no que se refere à saúde a longo prazo e à preservação do planeta e das próximas gerações — segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), essa ligação traz muito benefícios, também, para o desenvolvimento dos pequenos, em diversos setores.

A seguir, falaremos um pouco sobre os benefícios de incluir a natureza na vida das crianças e adolescentes, e como fazer isso na escola. Acompanhe! 

Os benefícios da natureza na saúde — e como ferramenta pedagógica

“Muitas pesquisas surgiram nos últimos anos mostrando que o convívio com a natureza na infância e na adolescência melhora o controle de doenças crônicas como diabetes, asma, obesidade, entre outras”. A afirmação é do Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”, divulgado em maio de 2019 pela SBP.

O documento aponta que, de acordo com as evidências científicas, esse convívio também: 

  • Diminui o risco de dependência ao álcool e a outras drogas;
  • Favorece o desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Reduz os problemas de comportamento;
  • Proporciona bem-estar mental;
  • Equilibra os níveis de vitamina D; 
  • Diminui o número de visitas ao médico.

Ainda conforme o Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria, o contato dos pequenos com a natureza ajuda a fomentar:

  • A criatividade;
  • A iniciativa;
  • A autoconfiança; 
  • A capacidade de escolha, de tomar decisões e resolver problemas.

Tudo “contribui para o desenvolvimento de múltiplas linguagens e a melhora da coordenação psicomotora. Isso sem falar nos benefícios mais ligados ao campo da ética e da sensibilidade, como encantamento, empatia, humildade e senso de pertencimento”, acrescentou o Manual de orientação.

Nesse sentido — primando pelas crianças e adolescentes, e para que eles tenham a oportunidade de alcançar todos esses benefícios — o documento da Sociedade Brasileira de Pediatria faz algumas recomendações. Em geral, a proposta é que haja um trabalho conjunto entre as famílias, os pediatras, o poder público, os educadores e as escolas. 

Aproveitando a natureza como ferramenta pedagógica: conheça algumas práticas para contribuir com o processo

Pensando na natureza como ferramenta pedagógica e, especificamente, na esfera dos educadores e das escolas, o Manual de Orientação da SBP sugere: 

► Desenvolver, nas instituições de ensino, estratégias com o objetivo de aumentar as oportunidades para o brincar e o aprender ao ar livre

► Avaliar o processo educacional, com o objetivo de reavaliar os espaços, as práticas, a organização, as rotinas e o tempo escolar, considerando e reconhecendo, agora, “o valor do brincar e do aprender com a — e na — natureza”;

► Em relação aos espaços, que a escola seja pensada e planejada com o objetivo de facilitar o acesso da comunidade escolar ao ar livre e à natureza

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Pesquisar “referências de sucesso de territórios educativos, cidades educadoras e comunidades de aprendizado que privilegiam a natureza como pilar de seus projetos pedagógicos. Visitas de campo, estudos do meio, excursões e passeios também são ótimas estratégias e devem ser tão frequentes quanto possível”;

► Ouvir as considerações das crianças e adolescentes a respeito dos ambientes escolares e, munidos dessas informações, procurar qualificar esses espaços;

► Sempre que for possível, proporcionar aos alunos o contato com elementos naturais — como pedras, folhas, galhos, conchas, brinquedos de madeira, dentre outros materiais que remetam à natureza;

Planejar atividades de plantio, cultivo, colheita e preparo de alimentos que envolva toda a comunidade escolar;

Pensar em atividade que promovam a conexão emocional entre os alunos e a natureza — visto que isso vai auxiliá-los “a adotar atitudes que contribuam para uma sociedade sustentável e que respeitem todas as formas de vida”;

►Ter consciência, bem como transmitir aos jovens, que os benefícios são mútuos — ou seja, assim como o ser humano precisa da natureza, a natureza precisa do ser humano;

►”Planejar e executar processos de formação que busquem o aprimoramento do olhar do educador para os espaços escolares e para a potência das experiências educacionais que acontecem nos pátios e em outros territórios educativos naturais”; 

► Buscar envolver as famílias dos estudantes em todo esse processo de ligação  com a natureza — visto que elas podem transformar-se em importantes apoiadoras.

Sobre os espaços escolares 

O documento da Sociedade Brasileira de Pediatria ainda salientou que, de acordo com pesquisas, fazer o planejamento do pátio escolar “pode aumentar não só as possibilidades do brincar, como também a qualidade do ensino curricular — matemática, ciências, escrita — e a motivação dos alunos e professores em engajar-se no processo de ensino e aprendizagem”.

Elementos como árvores, sombras, galhos soltos, sementes, flores, terra, água, cordas, bem como a maneira como estes estão organizados, contribuem com o desejo de permanência no pátio, tanto dos estudantes quanto dos educadores, pontuou a publicação. “Cada escola deve adaptar, organizar e usar seu espaço de acordo com seu terreno, recursos financeiros e, principalmente, de acordo com sua trajetória pedagógica”, completou O Manual de Orientação da SBP.

Gostou deste conteúdo referente às práticas que auxiliam os educadores a usarem a natureza como ferramenta pedagógica? Para ficar por dentro de mais temas como esse, não deixe de acessar o site do programa SUPERA NEUROEDUCAÇÃO para escolas. Nele, você encontra diversos artigos e notícias sobre educação, ensino e aprendizagem!  

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